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domingo, 11 de maio de 2014

AS CRIANÇAS AFRICANAS E AS HISTÓRIAS QUE CRIAMOS

Temos o prazer de apresentar as crianças africanas que vieram para a EMEI Guia Lopes, trazidas pelo Príncipe Azizi Abayomi e Sofia.
Enviamos, aleatoriamente a cada professor uma papel de carta com a foto de uma das novas figuras de afeto, com o seguinte desafio: Crie algumas características e uma breve história de vida para este(a) boneco(a)
Além da enorme dificuldade em experimentar pela primeira vez a responsabilidade de criar, o desafio inclua algumas exigências. Todas as crianças vieram do Continente Africano, portanto  seria necessária uma pesquisa antes da redação final do texto sobre elas.
Na semana passada as produções textuais fizeram parte de uma dinâmica proposta para os horários coletivos de formação.
Cada professora recebeu a história criada por uma colega de turno de trabalho diverso do seu com a seguintes orientações para análise: 
      1) A história é própria para crianças de 3 a 5 anos de idade?
2) Sinalize todas as informações que passam uma ideia negativa do Continente Africano.
3) Quais relatos, frases ou situações podem ser definidas como ações afirmativas previstas em nosso Projeto Político Pedagógico?
3) O que você mudaria nesta história? Por quê?
 Não é difícil imaginar que a maioria das histórias continha relatos sobre uma vida de privação e de intensos conflitos emocionais. Situações de trabalho infantil, desnutrição, desarmonia familiar, pobreza foram alguns temas detectados por nossa equipe.
Mais importante do que as constatações, foi o processo que esta análise foi capaz de desencadear.
Enquanto as professoras analisavam a história de suas colegas, foi possível observar que ficavam ruborizadas lembrando-se da história que haviam criado para seus próprios bonecos.
Foi um momento de estudo intenso e super produtivo!
Quando terminamos as discussões, divulgamos a nossa pretensão de entregar a análise do texto para as verdadeiras autoras da história.
Passados alguns minutos de excitação e hesitação com frases absolutamente genuínas como: “Meu Deus, e agora?”. “Mas é para deixar o nosso nome?”, “Vou levar para minha casa”, atingimos o consenso.
As histórias foram entregues às autoras com as observações feitas  por suas colegas. Foi um dos momentos mais marcantes de nosso projeto: ouvir o que o outro tem a nos dizer sobre a nossa produção.
Bem , as histórias estão sendo reescritas e temos certeza de que de uma forma totalmente diferente daquela primeira versão...
No dia seguinte, para coroar a experiência, lemos um texto sobre a história do Continente Africano que nunca nos ousaram contar....Mais uma vez aflora um sentimento estranho e talvez nunca vivido pelo grupo dentro de seu ambiente de trabalho...a indignação de passarmos anos estudando e termos, ainda muito o que aprender....
Que venham os novos conhecimentos!!!!
Parabéns, professoras da EMEI Guia Lopes! Vocês conseguiram vencer todos os desafios que preparamos desde o nosso primeiro encontro!
Cibele Araujo Racy Maria
SP 11-05-2014


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