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segunda-feira, 29 de julho de 2013

SUSTENTABILIDADE E CONSUMISMO - Onde estamos? Para onde vamos? com o Projeto "De onde vem? Para onde vai?"

Entendemos que para cuidar do ambiente em que vivemos, é preciso formarmos cidadãos saudáveis que compreendam a sua própria história e se sintam agentes capazes de transformar a realidade em que vivem.
E como descobrir a realidade a ponto de querer muda-la? A ludicidade, nas propostas para a educação infantil, garante a compreensão da complexa teia de conhecimentos necessários para transformarmos a escola, a família e a comunidade em espaços mais sustentáveis em que a saúde de seus membros seja preservada.
Considerando a transversalidade de nossos projetos é impossível descrever as ações do Projeto “De onde vem, para onde vai?” sem relacioná-las com nossas figuras de afeto: Azizi e Sofia, os espantalhos da horta, trabalhadas pelo Projeto “Diversidade Biológica e Cultural”.
Isto é transversalidade! Quando não conseguimos separar conhecimentos em caixinhas ou listas. É trabalharmos tudo, ao mesmo tempo, junto e misturado a tal ponto que seja impossível desvincular a construção de saberes e fazeres.
Nosso projeto “De onde vem? Para onde vai?” utiliza a Horta como estratégia pedagógica para discutir questões fundamentais do cuidado com a natureza, mas não se resume ao plantio e a colheita de hortaliças. Se, inicialmente pensávamos em introduzir alimentos saudáveis ao cardápio de nossas crianças, este objetivo passou a ser apenas mais um, entre outros tantos que fomos descobrindo possíveis, durante os processos de trabalho.
Além de conceitos e de procedimentos específicos para a manutenção da horta, aprendemos e ensinamos, introduzimos hábitos, possibilitamos atitudes e iniciativas, formamos valores essenciais para uma vida saudável e coletiva.
No início do ano as crianças foram convidadas a explorar a horta. Encontraram tomates, melancia, feijão e um grande mistério. Como tudo isso nasceu em nossos canteiros se não havia ninguém na escola durante as férias?
Ouvimos atentamente as falas infantis e pautamos nosso trabalho na confirmação, ou não, das hipóteses levantadas pelas crianças.
Colocamos em nossos canteiros algumas placas de captura e descobrimos quais eram os visitantes da nossa horta. Conhecemos os agentes polinizadores que foram objeto de estudo nas diferentes turmas: Borboletas, abelhas, joaninhas e morcegos.
Paralelamente ao estudo dos insetos e dos processos naturais de polinização, começamos a traçar alguns pontos de intersecção com a gravidez de Sofia. Falamos de machos e fêmeas, homens e mulheres e os processos de reprodução naturais e artificiais.
Durante o período intermediário, descobrimos como nascem os visitantes da nossa horta e no período da manhã e tarde, como nascem os bebês.
Se por um lado eram necessários os cuidados médicos para uma gestação saudável, como seriam combatidos os insetos invasores que impedem o crescimento saudável de nossas hortaliças? Aprendemos sobre as ações do homem sobre a natureza e o uso de agrotóxicos. Deduzimos que as joaninhas não dariam conta de comer todos os pulgões de uma grande plantação. Um grande problema que os engenheiros agrônomos estudam para resolver.
Acompanhamos a gravidez e o desenvolvimento dos bebês ao mesmo tempo em que plantamos as primeiras mudas de alface e as vimos crescer.
Traçamos um paralelo sobre os cuidados com os bebês da alface e os gêmeos de Azizi e Sofia e o que ambos precisam para crescer saudáveis.
Através do olhar investigativo de nossas crianças, descobrimos ovos de borboletas e os óvulos da mamãe. E o que falar do nosso grande espanto quando vimos “brotar” borboletas em nossa horta e achamos o “clube das lagartas”?
Aprendemos sobre alguns artistas que retratam a vida no campo e fizemos as nossas próprias obras sobre o tema.
Após a leitura do livro “A Horta do Vovô Manduca” que, além de retratar a vida de uma família e sua relação com a horta, possibilitou-nos estudar o ciclo da vida das plantas do nascimento à morte e fomos além, claro, pesquisando com quem o avô, do avô do avô do Vovô Manduca aprendeu a plantar. Revelou-se o continente africano e as contribuições do povo egípcio para a humanidade.
Neste ambiente instigante e propício à construção de conhecimentos, criamos receitas com rúcula, almeirão, alface e couve que foram compartilhadas com as famílias em momentos muito especiais.
Qual não foi nosso espanto quando adultos e crianças aprenderam que as hortaliças florescem? Acompanhar o surgimento da flor da alface e dos tomates foi uma grande aventura, além de descobrirmos de onde vêm as sementes.
No mês de junho, ao mesmo tempo em que surgia a incubadora para os gêmeos, construímos a nossa estufa ou “casa das plantas” como as crianças preferem chamar.
Reproduzimos em nossos canteiros, o processo natural de produção, misturando o plantio de folhas e raízes que nos ajudarão a descobrir a diferença entre elas em nossa alimentação.
A partir deste mês de agosto, outras propostas surgirão, entre elas: Compostagem/Reciclagem (para onde vai?), Horta Maluca (produtos degradáveis/não degradáveis), influência da mídia na alimentação do bebê e da criança, a escola e a família perpetuando o Consumismo (trabalho com as famílias para o Dia das Crianças), entre outros.
Trabalharemos temas para ampliar o repertório de todos os envolvidos com objetivo de responder, ao final do ano, algumas questões, entre elas: Que mundo queremos deixar para Dayo, Henrique e as crianças? E o que podemos fazer para transformar a EMEI Guia Lopes em uma escola mais sustentável?

Temos um longo e prazeroso trajeto.... então, vamos lá!

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