A
infância é o tempo de brincar e durante as experiências lúdicas surgem
motivações, interesses e inúmeras situações produtivas de aprendizagem, através
da interação com o outro, com os brinquedos e brincadeiras, que possibilitam
pesquisar, problematizar, criar, construir e favorecer o desenvolvimento das
habilidades e competências individuais e coletivas.
À luz desta
concepção de aprendizagem, a Comunidade Escolar adotou como meta a criação e
implantação de espaços diversos ao da sala de aula, campo livre e dirigido, que
tornassem possível a vivência contínua de momentos educativos e prazerosos e durante
os quais a criança pudesse expressar-se como tal, significando o mundo a sua
maneira e exercitando a cidadania a partir dos seus saberes e fazeres.
Desta proposta, do
estudo e de parcerias com a comunidade e profissionais de outras áreas do
conhecimento, surgiram espaços cuja utilização esta prevista como rotina na
organização dos tempos escolares, assumindo a função de eixos norteadores da
prática pedagógica. O trabalho prevê
que semanalmente esteja contemplado, na linha de tempo de cada turma, um
horário específico para visita e utilização dos referidos espaços, sendo
alternados momentos de atividades dirigidas advindas do tema que esta sendo
abordado e momentos de exploração espontânea.
A brinquedoteca e o
parque aparecem sempre como exceção a esta conduta, pois são concebidos como um
ambiente para a interação livre entre as crianças e um momento de observação e
registro do processo de desenvolvimento de cada criança pelos professores, agentes
escolares e auxiliares técnicos de educação.
A utilização dos
espaços e a fidelidade ao binômio cuidar e educar motivou e tornou possível a
organização de um currículo baseado na busca e manutenção da saúde do indivíduo
como um todo, assim, há um ciclo no qual se intercruzam conceitos,
procedimentos e atitudes ligados à preservação do bem estar individual e
social.
Desta forma, as
áreas do conhecimento são como produtos, resultados das inúmeras vivências
oferecidas pela escola nos diferentes tempos e espaços. Na EMEI Guia Lopes,
aprende-se matemática na cozinha experimental, nos jogos e atividades da
ludoteca, na brinquedoteca, na sala de leitura, no espaço de artes, no parque.
Os registros escritos de letras e números são concebidos como resultado final
de uma experiência significativa e não como um fim em si mesmo. Não se aprende
a ler e escrever senão lendo e escrevendo em situações em que a haja a
necessidade da leitura e da escrita. Não se aprende matemática e seus conceitos
senão pela necessidade na resolução de uma situação-problema.
Para estabelecer os
eixos do trabalho pedagógico, recorremos a outras áreas do conhecimento que
pudessem deixar claras nossas intenções, quais sejam a de formar cidadãos do
mundo e para um mundo globalizado, capazes de atitudes diante dos
desafios, de terem iniciativa e criatividade para solucionar problemas e
dificuldades, que valorizem a vida, o respeito à diversidade e que sejam mais
tolerantes. Enfim, um ser humano ciente de seus direitos e deveres.
Para subverter a
ordem estabelecida no que se refere à organização dos conhecimentos escolares,
encontramos uma definição que veio ao encontro de nossas aspirações como educadores:
“SAÚDE é um
estado de completo bem –estar físico, metal e social e não apenas a ausência de
doença” Organização Mundial da Saúde.
As
experiências contidas no Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil
foram organizadas em 4 eixos norteadores do trabalho pedagógico,
conferindo-lhes objetivos gerais, expectativas de aprendizagens, valores e
espaços diferenciados para vivências infantis significativas que se encontram
detalhadas no Quadro de Referência (antigo Planejamento Anual), garantindo-lhes
a transversalidade, são eles: Saúde Física, Emocional, Mental e Mundial.
Além
disso, definimos para alguns dos espaços existentes no âmbito escolar, um rol
de atividades permanentes que são realizadas com o envolvimento de todas as
equipes escolares.
A cada um
dos espaços, correspondem atividades de rotina que conferem unidade aos
trabalhos pedagógicos de toda a escola e contribuem para a manifestação e
construção de diferentes saberes, incrementando a troca de experiências entre
professores, crianças e comunidade, além de garantir a ludicidade necessária a
todos os projetos e/ou temas de interesse que surjam durante o ano.
Ainda, como
parte integrante de todas as ações desencadeadas pela escola, surgem as figuras
de afeto que nos auxiliam a estreitar os vínculos com nossas crianças,
aproximando-nos ainda mais do universo infantil, seus desejos e necessidades. A
família de espantalhos e as histórias de vida criadas pelas crianças, possibilita-nos
a concretização das ideias infantis sobre seus conhecimentos sobre o mundo e a
convivência humana.
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